Quando a gente é adolescente, a gente acha que vai morrer
de amor. E que essa seria a pior morte possível. Que não existe nenhuma dor
física capaz de superar a dor incurável da alma em se tratando de coração
partido.
Bobagem.
A gente cresce, começa a enxergar a proporção das coisas de
maneira diferente. Não digo melhor, mas só diferente. Algumas coisas perdem o
encanto, a doçura, outras ganham maior importância.
A ansiedade muda. Se antes, sentíamos ansiedades
circunstanciais dependendo de acontecimentos, hoje, a ansiedade é um estar, um
sentimento sempre presente. Se a ansiedade antes consistia em expectativas e
frio na barriga, hoje vai bem além disso.
Crescendo, a gente descobre que não se morre de amor. Mas
se morre de diversas outras doenças (de acordo com o Google). Cutícula mal
tirada, gripe mal curada e gente mal preparada.
QUALQUER SINTOMA, estou dizendo, simplesmente QUALQUER
sintoma que você tiver e jogar no Google, ele vai te trazer como uma das respostas
possíveis, pelo menos, uma das três doenças a seguir: câncer, esclerose múltipla
e AIDS.
Primeiro, o ansioso acha que sofre de problemas cardíacos
ou neurológicos. Porque o sintoma mais característico é a palpitação, a
taquicardia. Se não é infarto, é AVC (certeza, já tive vários). Passada essa
fase, começa a procurar outros sintomas e é aí que ele chega nas três
doenças-chave que o Google adora empurrar goela abaixo.
De manhã: AIDS. Não, AIDS não tenho, absurdo pensar isso.
Nada a ver. Dor no dedo não é um sintoma de AIDS.
De tarde: A manicure nem esteriliza direito aqueles
alicates. Doei sangue ano passado. E o maníaco da agulha, hein?
De noite: Meu Deus, vou morrer. Tenho AIDS.
E o ciclo recomeça no outro dia.
Amigos, vou dizer a vocês: não está fácil ser ansioso nos
dias atuais. Na Idade Média, o ansioso não tinha o Google como tortura prévia
de doenças. Não tinha esse leque de possibilidades.
Portanto, vou lançar aqui: desgoogleie. Vá ler um livro,
ver TV, aquela série atrasada. Não é câncer. Não é AIDS. Não é esclerose e nem
infarto.
Como diria meu avô “Se a gente tiver que morrer de desastre
de avião, ele cai na nossa cabeça.”
Até!
kkkkk nooossa que massa esse texto. Eu sou desse jeito, estou tentando mudar, e estou evoluindo aos pouquinhos (bem pouqinho kk) o meu psicologo disse que na net a muita informaçao com pouco conhecimento. Com certeza a internet dependendo de como usamos ela mais atrapalha do que ajuda. beijos!
ResponderExcluirHAHA sim, às vezes deixa a gente muito pior!
ExcluirJá fiz checkup completo por conta disso, cheguei no cardiologista acreditando que teria pouco tempo de vida. O cardiologista depois de mais de cinco tipos de exames me disse que fazia tempo que não via um coração tão saudável e eu me conformei que a resposta que eu estava procurando era Ansiedade. Passei no neurologista tbm, tinha enxaqueca mas na verdade pensava que era aneurisma e ia morrer a qualquer momento. Não é fácil ser ansiosa, definitivamente não é. Já desmaiei tendo crise de ansiedade, meu braço já adormeceu, já senti falta de ar, ânsia então... nem se fala! Mas aos poucos vamos descobrindo formas de lidar com isso e sua sugestão foi um dos caminhos que adotei pra conseguir seguir sem maiores transtornos.
ResponderExcluirViviane, eu fiz a mesmíssima coisa! Meus exames nunca dão nada. Mas qualquer alteraçãozinha já acho que vou morrer, é tenso. Tenho tentado não buscar no Google, mas é quase uma obsessão!
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