terça-feira, 5 de março de 2019

É hora de voltar



Olá, ansiosos. Demorei, mas voltei. 

Voltei porque achei que devia, são tantas pessoas que continuam entrando em contato comigo por aqui, que seria até deselegante da minha parte sumir de vez. Mas é que, como eu disse, é muito difícil escrever quando estou em crise ou com muita ansiedade. E o ano de 2018 e o começo de 2019, para mim, foram muito difíceis. É muito difícil reunir forças para dizer o que sente e escrever sobre quando existe um misto de sentimentos inexplicáveis. Eu não sou boa com emoções. 

Era hora de voltar.

Vou escrever isso hoje (27/02), mas não sei quando terei vontade de postar. 

Em resumo: Minha vó, a pessoa da minha vida, faleceu na virada de 2017 para 2018. E, quando eu estava quase entrando nos eixos, descobri que tinha um tumor no ovário potencialmente maligno, tive que tirar (junto com ovário e trompa), não precisei de quimioterapia porque não tinha se espalhado. Depois desse ano intenso e pesado, perdi a Cherzinha (minha cachorrinha tão especial) no segundo dia de 2019. Como se não bastasse tudo que aconteceu, decidi por um ponto final em uma relação de cinco anos por incompatibilidade de ideias e mais outras coisinhas que nem cabem ser explanadas aqui. Fiquei, por fim, sozinha, como gosto, como quero, como sempre quis. Mas, nesse caso, não é um sozinha tão feliz, porque perdi as pessoas da pior forma. No entanto, de qualquer forma, como sempre, eu me basto, eu me autocompleto, eu e meu ego, às vezes gigante.

Estou tendo crises constantes desde o início de janeiro, depois que Cherzinha morreu. Até então, não achei que isso fosse me afetar de alguma forma, já que sempre tive crises, sempre consegui superar, sempre passei pelos momentos difíceis da vida ressurgindo das cinzas como uma fênix.

Mas dessa vez precisei de ajuda. Precisei voltar ao Psiquiatra e recorrer a outros remédios. Precisei reequilibrar meu lado espiritual, precisei de rituais de energização e limpeza. Eu acredito muito em energias negativas e positivas e sou supersticiosa. Não vou dizer que tudo isso melhorou meu estado, mas tem reduzido minhas crises. Agora, além do Escitalopram e da Buspirona, eu tomo também Zolpidem para dormir e Desvenlafaxina. O Zolpidem me faz cócegas, disseram que eu ia delirar, capotar de sono. Tomo e parece que tomei uma dose de energético. Eu não durmo uma noite inteira em paz há anos, mas agora eu acordo de hora em hora, às vezes fico durante horas acordada e vejo o Sol nascer. É lindo, por sinal, mas só aparece para lembrar que, mais uma vez, não dormi.

Eu magoei muitas pessoas estando nesse estado e tenho consciência de que, uma vez ditas, as palavras não podem ser retiradas. Mas eu não vou desdizer nada, não vou retirar nada do que disse porque se eu disse, ainda que na raiva ou em crise, significam algo, mesmo que pesado ou duro demais. Mesmo que refletindo todas as coisas ruins que habitam meu interior. Apesar de tudo, eu não sou uma pessoa totalmente negativa e fico feliz com as pequenas coisas, coisas ridículas do dia a dia. Coisas como comprar um produto novo de limpeza, ajudar alguém na rua, comprar almoço a alguém que precisa, ver o sol se por, comer um doce que gosto muito. Eu sou dessas pessoas fáceis de agradar e que gosta de agradar as pessoas com coisas simples. E esse é um dos prazeres que a ansiedade me tira: eu perco a vontade ajudar, eu perco o ânimo que tenho com as coisas pequeninas que tanto me fazem feliz. 

É uma luta diária, não vou mentir. Mas só posso dar um passo de cada vez. Alguns dias são mais difíceis do que outros e fico sem perspectiva. Eu sei que o azul do céu tá lá, mas eu não consigo enxergar, eu não consigo apreciar, eu não consigo ver. E, em dias bons, mesmo o céu estando cinza, eu penso "puxa, que dia bonito, cinza, eu adoro cinza".

Mas, assim como os dias bons correm, os dias ruins também passam. Então, é hora de voltar. Então eu revivo, ressuscito e renasço, das cinzas, como uma fênix, mais forte, mais intensa, mais sábia e as pancadas ficam cada vez mais indolores. Amadurecimento. Aprendizado. Não me arrependo de nada. De nenhuma loucura que fiz nos meus momentos de impulsividade. Lamento, contudo, as pessoas que magoei com minha inconstância e minha falta de pulso firme para resolver situações. Porque a verdade é que eu não sei, queria saber, mas não sei. Eu não consegui decifrar nem metade do que sou, quem dirá entender o que sinto. Eu me desdobro para que minha energia ruim não passe para as pessoas, então, mesmo nos meus piores dias, não deixo transparecer e, se deixo, é porque realmente é um dia muito, muito ruim ou é uma pessoa que, por algum motivo que não sei explicar, me faz sentir à vontade para soltar meus demônios. Depois de voltar das cinzas, mais uma vez, nada mais pode me parar.

3 comentários:

  1. Olá, Natália!
    Parabéns pelo seu blog, ele ajuda muitas pessoas que passam pelo mal do século. Fui diagnosticada há 12 anos com stress pós traumático, que virou um TAG e pânico, no começo eu não aceitava o tratamento por não acreditar que eu estava com algum problema, até que começou a afetar minha vida profissional ( foi o causador da doença ) meus relacionamentos pessoais...aí fui procurar ajuda com um neurologista porque não queria aceitar que precisava de um psiquiatra, ele me passou vários remédios manipulados como antidepressivo e benzodiazepinicos, é claro que parei porque não conseguia me concentrar no meu trabalho que era bem estressante e precisava estar 100% atenta. Em 2007 sofri outro stress pós traumático aí desencadeou o pânico não conseguia sair de casa ( fiquei dois anos presa era atendida por telefone pelo meu psiquiatra e minha mãe que ia buscar a receita ) me afastei do trabalho fiquei 11 anos afastada pelo INSS, já tomei todos os remédios que possam imaginar de antidepressivo, só o ansiolítico eu tomo o mesmo nesses 12 anos que é o frontal. Nesses 12 anos de tratamento confesso que tive no total 4 crises, ansiedade é normal do nosso organismo o que não pode ela ser exacerbada. Infelizmente o meu psiquiatra achando que eu estava preparada para parar o antidepressivo fez a retirada total em 2018 ( o que não pode ser feito de jeito nenhum o desmame tem que ser gradual ) e o pânico voltou com tudo estou ainda na adaptação de remédios tomei Sertralina por 3 meses e nada de melhora e há uma semana estou romanado escitalopram 15mg e buspirona 15mg já estou me sentindo melhor, o apraz eu nunca parei mas já sei quem preciso começar a fazer o desmame. Se me perguntam se eu acredito na cura, não eu não acredito, acredito que exista tratamento e com outros tratamentos alternativos você pode sim ter uma vida normal. Hoje faço caminhada 3 vezes por semana, yoga 2 vezes por semana e meditação mindfullness quando acordo e quando vou dormir me ajuda muito.

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  2. Obrigado por voltar Natália! Seu blog me ajuda, pois vejo q não estou sozinho.
    Forca, junto perseveram os!

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  3. Boa tarde! O grupo do whats segue ativo? Se possível, gostaria de participar!

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