Uns dias são piores que outros. Nós sabemos que a nossa mente nos prega peças. Nós estamos conscientes de que aumentamos as coisas, que somos ansiosos. Mas, mesmo assim, como já disse anteriormente: não é suficiente apenas saber que somos ansiosos. Lógico que nós sabemos. Mas mesmo assim continuamos encontrando diversas causas para todas as nossas reações desproporcionais. Uma mancha na pele é uma doença sem cura. Uma tosse é estado terminal.
"Mas você precisa aprender a se controlar!" dizem.
Ora essa, se todos que sofrem de ansiedade soubessem se controlar, coitada da indústria farmacêutica. Dos psiquiatras. E, nossa, que maravilha seria para nós, os protagonistas dessa história toda. Se fosse simples assim, a autora ansiosa desse blog que vos fala sequer teria pensado em criá-lo.
Desespero. Você luta contra ele. Você quer pensar em outra coisa. Você quer fugir dos seus pensamentos, mas eles são obsessivos. Eles são compulsivos. E você não consegue se desvencilhar. Você sente uma inexplicável vontade de continuar pensando a mesma coisa, é algo autodestrutivo. Você sabe que isso te faz mal, mas você insiste. Insiste porque todo o seu momento depende disso: agarrar-se a esse desespero até chegar ao limite do seu cansaço, ao clímax da ansiedade.
Com o tempo e o tratamento certo, isso passa a ser mais raro. No entanto, quando ocorre, é como uma avalanche desavisada. Você fica destruído por dentro, não consegue enxergar, respirar, andar, fazer nada além de dedicar-se a essa obsessão. Pudera. É isso que alimenta a ansiedade. E a ansiedade é o que te alimenta.