terça-feira, 10 de novembro de 2015

A prescrição inconsequente de ansiolíticos e antidepressivos

"Segundo a Anvisa, o consumo brasileiro do princípio ativo do Rivotril, o clonazepam, em 2007 era de 29 mil caixas por ano. Em 2015, este número atingiu os 23 milhões, de acordo com a IMS Health. O crescimento significativo em pouco tempo desperta as suspeitas de uso excessivo e desnecessário por parte de especialistas."

Carta Capital, novembro/2015

Sabe-se que o índice de pessoas que apresentam transtornos como o de ansiedade ou o depressivo aumentou progressivamente ao longo dos anos, principalmente nas grandes cidades. O que consequentemente aumentou o uso de ansiolíticos, especialmente benzodiazepínicos, como Clonazepam (Rivotril®), Diazepam (Valium®), Alprazolam (Frontal®), Bromazepam (Lexotan®) entre outros. Esses tranquilizantes são conhecidos por causarem dependência. Hoje, existem no mercado drogas eficazes para o tratamento dos mesmos tipos de transtorno com menos efeitos colaterais e resultados satisfatórios e com pouca ou quase nenhuma dependência. Ainda assim, é preciso ficar alerta e, muitas vezes, procurar mais de um especialista até se ter certeza de que é realmente necessário o uso de antidepressivos, ansiolíticos e afins. 
Como hoje se tornou comum ver pessoas ansiosas, com transtornos de ansiedade ou não, profissionais de saúde têm receitado indeliberadamente remédios controlados, que, se forem prescritos sem uma análise mais profunda do caso, podem até prejudicar o paciente. 
Psicólogos defendem que muitos desses transtornos podem ser tratados, embora a longo prazo, com a correta terapia. Mas, em entrevista com uma psicóloga, ela disse garantir resultados, ainda que amenos, no primeiro mês de tratamento. Contudo, a terapia, sozinha, parece não se mostrar eficaz em algumas pessoas, principalmente naquelas em que o transtorno já persiste há muito tempo. A indicação, para esses casos, é unir ambas terapias, tendo cautela com a terapia medicamentosa.
Um dos medicamentos mais prescritos para ansiedade é a Fluoxetina (Prozac®), que causa dependência moderada, ficando o paciente sujeito a sintomas desagradáveis no desmame. Um concorrente, a Sertralina (Zoloft®), causa menos dependência, e efeitos semelhantes. Drogas mais recentes no mercado como Citalopram (Procimax®) e Escitalopram (Lexapro®) são conhecidas por causarem menos efeitos colaterais e dependência mínima, contudo, muitos pacientes têm experiência de diversos sintomas colaterais, principalmente no início do tratamento e quando o tratamento é interrompido.
Portanto, não existe droga 100% segura. É necessário testar as diversas abordagens antes de partir para a terapia medicamentosa, que é recomendada em último caso, quando mais nada pareceu fazer algum efeito. A terapia medicamentosa mostra-se muitas vezes eficiente, promovendo a cura definitiva e melhora de qualidade de vida do paciente durante e após o final do tratamento. Contudo, em se tratando de drogas que afetam o sistema nervoso, é preciso ter cuidado ao utilizá-las indeliberadamente.
Não deixe que profissionais que não tratam de saúde mental prescrevam medicamentos ou deem diagnósticos de transtornos, como o de ansiedade. Clínicos Gerais, Plantonistas e Emergencistas NÃO podem dar diagnósticos definitivos sobre a sua saúde mental. Endocrinologistas tratam de transtornos HORMONAIS e não podem dar diagnósticos definitivos. Assim que profissionais de outras áreas sugerirem que você tem ansiedade ou depressão procure um PSICÓLOGO e um PSIQUIATRA. E o mais importante: NÃO SE AUTOMEDIQUE. Se um medicamento não funcionar (é necessário esperar, ao menos, 20 dias para que faça algum efeito), o profissional adequado escolherá outra terapia ou outro medicamento mais condizente com o seu problema. NÃO PARE DE TOMAR POR CONTA PRÓPRIA. Medicamentos para saúde mental podem causar efeitos colaterais por todo o corpo, crises de pânico, ansiedade, parestesias, tremores e tonturas. 

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